29 de julho de 2007

A Crise dos DEZESSETE

A crise dos dezessete é brava
É dose dupla de Orloff sem gelo
É cigarro barato sem filtro
É tentar bater no mais forte
Sem poder correr depois.
Nas crises do dezessete
Não se tem pra onde ir
Não se pode revidar
Não se tem como levantar da cama
E acordar.
O sono percorre a alma
A consciência se torna parcial
E a razão muda de lado.
Em dezessete
Começar de novo
Significa iniciar.
Terminar tudo
Significa finalizar o início.
No início
Há de tudo um pouco
E como há pouco
Tudo se perde
E volta-se pra cama.
Na crise dos dezessete
Os ideais são muitos
As idéias são poucas
E o apoio inexistente.
Não se tem pai ou mãe
É pega pra capar
Pré-militar
Pré-vestibular
A crise atinge e penetra fundo.
É optar entre a casa e o quartel
O pai e o sargento
É se enganar
Morrer de amor
Não amar ninguém
Se buscar e ser pleno
Perder
Imperar.

Autor: André Faxas