14 de junho de 2009

Cinco cordas


Pegou o violão com uma corda a menos.
Jogou a mochila num canto e começou a tocar.
Cantava e tocava sentindo os dedos deslizarem nas cordas.
Sorria como se tivesse uma imensidão aplaudindo.
Parava e mexia as costas para distrair a dor.
Aplaudia a cada som de moeda ou nota se desdobrando no chapéu.
Agradecia e dizia – Vá com Deus!
Continuava tocando, distraindo a dor e ouvindo um som do coração.
O coração era livre, sentia os carros buzinarem, não ouvia ninguém o xingar,
Agradecia a mais uma moeda e continuava a cantar.
No final em qualquer hora ele parava, as costas o chão tocava e os mesmos olhos sem enxergar pediam o cobertor das pálpebras para sonhar.




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